Em agosto, o indigenista Iago Barreto falou sobre "Arte Indígena no Ceará". Foto: Luiz Alves
Em julho, o Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MAC-CE) iniciou o Ciclo de Conversas 2022/2023, que nesta edição conta com o artista Solon Ribeiro e o pesquisador Lucas Dilacerda como curadores e mediadores. Gratuitos, sem necessidade de inscrição prévia, os encontros, que acontecem mensalmente, às quintas, sempre a partir das 19h, são abertos ao público.
Abrindo a programação e celebrando o centenário do artista cearense Antônio Bandeira (1922-1967), o Museu trouxe o artista e o educador Eduardo Frota e o poeta e professor Carlos Augusto para tratar sobre o tema "Bandeira, o Antônio: do poema 'mais claro e vaporoso' à pintura 'cidade queimada de sol'", roda de conversa que contou com a mediação do artista e professor Solon Ribeiro e do filósofo e pesquisador Lucas Dilacerda. Eduardo Frota fez uma "leitura fenomenológica da pintura 'Cidade queimada de sol', de 1959, situando a obra dentro da arte abstrata do modernismo brasileiro, enquanto Carlos Augusto apresentou uma análise sobre poemas do artista.
A programação de palestras seguiu na última quinta-feira (25) com a presença do indigenista Iago Barreto falando sobre "Arte Indígena no Ceará". Na ocasião, o mediador Solon Ribeiro também ministrou uma fala de apresentação sobre Chico da Silva. O próximo encontro acontecerá no dia 22 de setembro, com a socióloga Glória Diógenes debatendo o tema "Arte e Cidade". A programação segue até fevereiro de 2023, entre encontros presenciais e virtuais.
Segundo Cecília Bedê, gestora do MAC-CE: "Neste momento decisivo para o país, o projeto de ciclo de conversas tem o objetivo de levantar debates sobre o local das artes visuais no estado do Ceará. Para isso, o projeto realiza uma curadoria de conversas que lançam um olhar sobre a produção artística moderna e contemporânea a fim de compreender a história da arte cearense.". As conversas acontecem mensalmente, às quintas, entre 19h e 21h, no Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MAC-CE), no Auditório do Dragão e no YouTube do Dragão (youtube.com/dragaodomarcentro). Modernismo, arte indígena, produção feminista, espaços alternativos e questões minoritárias são temas que serão abordados ao longo do ciclo de conversas.
PROGRAMAÇÃO
Quintas, às 19h
22/09
"Arte e Cidade"
Convidada: Glória Diógenes
Local: MAC-CE
24/11
"Anos 2000 e Espaços Alternativos"
Convidado Jared Domício
Local: Auditório do Dragão do Mar
15/12
"Artistas do Cariri"
Convidada: Renata Felinto
Local: YouTube do Dragão (youtube/dragaodomarcentro)
26/01
"Artistas Mulheres"
Convidada: Waléria Américo
Local: YouTube do Dragão (youtube/dragaodomarcentro)
23/02
"Questões Minoritárias"
Convidada: Isadora Ravena
Local: YouTube do Dragão (youtube/dragaodomarcentro)
Sobre es convidades
Eduardo Frota é formado em História da Arte Moderna pela Unirio e já participou de oficinas da Escola de Artes Visuais do Parque Lage e do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Exerce atividade didática como professor de arte e educador desde 1979. Como artista plástico, desenvolve seu trabalho desde 1977. Das exposições coletivas, destacam-se: "20 Anos do Programa de Exposições", CCSP (São Paulo, SP, 2010), "ARCO8", Feira Internacional de Arte Contemporânea (Madri, Espanha, 2008), "Novas Aquisições", Coleção Gilberto Chateaubriand, MAM-Rio (Rio de Janeiro, RJ, 2007), "Modernos e Pós-Modernos 80-90", Instituto Tomie Ohtake (São Paulo, SP, 2007). Das individuais recentes, destacam-se: "Associações Disjuntivas", Alpendre (Fortaleza, CE, 2010), "Objeto in Situ: Uma indiscreta não moldura para o vazio", CCBNB (Fortalez, CE, 2008), "Intervenções em Trânsito III", Museu Oscar Niemeyer (Curitiba, PR, 2008), "Extensões da Fenda", Galeria Virgilio (São Paulo, SP, 2007).
Carlos Augusto Lima nasceu em Fortaleza, 1973. Já desenvolveu pesquisa sobre a poesia de Cacaso e, num doutorado, vasculhou a narrativa de J.M.Coetzee. É autor de, entre outros, manual de acrobacias n.1 (Ed. da Vila/Ed. da Casa), O Livro da Espera (Alpharrábio, 2011), Três poemas do lugar (La Barca, 2011) e Motociclista do globo da morte (1973 Edições, 2016). Publicou, ainda, dois mil e quatrocentos quilômetros, aqui, em parceria com Tarso de Melo, pela Luna Parque (2018). Depois vieram O livro de Carolina (7Letras Editora, 2019), A medida da luz (Alpharrábio Editora, 2019) e Robert Cornelius, fabricante de lâmpadas, vê alguém (Círculo de Poemas, 2022). É autor de livros-objeto-mínimos, táticas de guerrilha. Tudo o que publica tende a desaparecer, ele acredita. Atualmente, lê e estuda sobre a relação interespécies e tenta desarmar a separação que inventaram entre si e a Natureza.
Glória Diógenes é professora Titular do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal do Ceará-UFC, Pesquisadora do CNPQ, e Coordenadora o Laboratório das Artes e das Juventudes (LAJUS). É membro fundadora da Rede Luso-Brasileira de Pesquisadores em Artes e Intervenções Urbanas- R.A.I.U, é membro fundadora da Rede Todas as Artes, Todos os Nomes e membro da REAJ - Rede de Estudos sobre Experiências e Ações Juvenis. Faz parte do Instituto Histórico, Geográfico e Antropológico do Ceará.
Iago Barreto é arte-educador, artista e comunicador comunitário. É colaborador do Museu Indígena Tremembé desde 2014. Foi professor na formação de cineastas indígenas no povo Kanindé, Tapeba e Pitaguary; foi professor fixo Escola de Cinema Indígena Jenipapo-Kanindé e hoje atua junto ao povo anacé com o projeto Cine Japuara e junto a Teia dos Povos do Ceará onde milita pela terra, moradia e soberania alimentar. Como artista realizou o projeto coletivo memórias da retomada de São Sebastião sobre a luta dos Anacé em retomar sua Terra e Um Rio pelo qual passam meus ancestrais em parceria com Dias Holanda Potyguara.
Jared Domício é artista visual cearense com interesse nas relações desenvolvidas entre arte, meio urbano e natureza e suas implicações no desenvolvimento poético e físico das cidades. É graduado em ciências sociais pela UECE, mestre em artes pelo programa de pós-graduação ICA-UFC. Paralelo à produção artística, atua como professor em cursos livres e desenvolve pesquisa em curadoria de forma independente.
Renata Felinto é artista visual, pesquisadora e professora. É doutora e mestra em Artes Visuais pelo IA/UNESP e especialista em Curadoria e Educação em Museus de Arte pelo MAC/USP. É professora adjunta da Universidade Regional do Cariri/CE, associa da Associação Brasileira de Críticos de Arte. Vencedora do 3º Prêmio Select de Arte e Educação do PIPA PRIZE 2020 tendo participado de exposições no Brasil e no exterior.
Waléria Américo é Artista Visual e Professora de Artes na Universidade da Amazônia. É Doutoranda em Artes do Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Pará, Mestre em Arte Multimédia - Performance & Instalação pela Universidade de Lisboa com Especialização em Audiovisual e Meios Eletrônicos pela Universidade Federal do Ceará e Graduação em Artes Visuais pela Faculdade da Grande Fortaleza. Suas pesquisas artísticas põem em tensão questões que permeiam o corpo e o entorno, a arquitetura e a paisagem, abrindo novas perspectivas de orientação espaço-temporal que no entanto nunca se deixam fixar. Trabalha majoritariamente com registros fotográficos ou em vídeo, muitas vezes de performances que terminam por integrar instalações, também passando pelo objeto, desenho e experimentações sonoras.
Isadora Ravena é travesti, professora, artista multilinguagem, crítica e curadora. É doutoranda no Programa de Pós-Graduacão em Artes da Cena da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), onde pesquisa travecametodologias da criação e recepção estética em arte contemporânea. É Mestra em Artes e Graduada em Teatro pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Exibiu a obra "Existo Amanhã" na 21° Unifor Plástica, com curadoria de Marcelo Campos. Expôs as obras "Sepultura" (2019) e "Perigosas Bonecas" (2020), no Museu de Arte Contemporânea do Ceará, onde também ministrou o Seminário de Pesquisa "Fechar os olhos para enxergar o escuro invisível da terra" (2020), e também ministrou seminário no "Kuir Festival- Queer Poetry from an anti colonial perspective", em Berlim-Alemanha (2021). É autora do livro "Sinfonia para o fim do mundo" (2020).
Sobre os curadores/mediadores
Solon Ribeiro é artista visual, professor e curador. Formado em Comunicação e Arte pela L'école Superieure des Artes Décoratifs, París-France, em 1990 (e validação de diploma pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, em Desenho Industrial com habilitação em Programação Visual). Solon Ribeiro realizou diversas exposições coletivas e individuais no Brasil e no exterior. Tem pautados seus trabalhos na experimentação, com ênfase para o fenômeno contemporâneo da saturação de imagens. Autor de "Lambe-Lambe: Pequena História da Fotografia Popular" e "O Golpe do Corte". Obras nos acervos: Museu de Arte Moderna de São Paulo (SP), Museu de Arte Contemporânea do Ceará (CE). Fundação Nacional de Arte - Funarte (RJ). Centro Cultural Banco do Nordeste. Museu de Belas Artes (RJ). Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (PE).
Lucas Dilacerda é pesquisador em Artes Visuais e mestrando em Artes pelo Programa de pós-graduação em Artes da Universidade Federal do Ceará (UFC). É graduado (licenciatura e bacharelado) em Filosofia, com distinção Summa Cum Laude, pela Universidade Federal do Ceará (UFC); Especialista em Filosofia Clínica, pelo Instituto Packter; Mestre em Filosofia, com ênfase em Estética e Filosofia da Arte, pelo Programa de Pós-Graduação em Filosofia da UFC. É coordenador do Laboratório de Arte Contemporânea (LAC) e do Laboratório de Estética e Filosofia da Arte (LEFA). É monitor de Curadoria e Crítica de Arte no Curso de Extensão em Curadoria de Exposição, do Museu de Arte da UFC - MAUC. Foi pesquisador do Núcleo de Pesquisa do Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MAC-CE), onde foi assistente na organização do livro de crítica de arte "Caderno de exercícios: investigações sobre o acervo do MAC-CE". Foi integrante do Laboratório de Artes Visuais do Porto Iracema das Artes. Foi professor de "Estética" e "História da Arte" de Cursos Técnicos do Centro Cultural do Bom Jardim e do Porto Iracema das Artes. Foi orientador no Laboratório Reticências de Criação, acompanhando o processo de artistas contemporâneos. Foi curador das exposições "Arre_mate", "Soteramento" e "Decomposição", e compôs a equipe curatorial das exposições "A casa, o doce e baobá", no Minimuseu Firmeza; e "Ant_ Corpo", na Galeria Sem Título Arte.
Serviço: Ciclo de Conversas "Ontem, hoje, onde estamos?" do Museu de Arte Contemporânea do Ceará
Até fevereiro de 2023
Sempre às quintas-feiras
Horário: 19h
Local: programações presenciais no auditório e no Museu de Arte Contemporânea do Ceará, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (Rua Dragão do Mar, 81 - Praia de Iracema), e programações virtuais no YouTube do Dragão (youtube.com/dragaodomarcentro)
Duração média: 120 min
Classificação: Livre
Acessível em Libras
Mais informações no site do Dragão: www.dragaodomar.org.br